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 Filho meu, dá-me o teu coração;   

e deleitem-se os teus olhos

nos meus caminhos.

 Pv 23. 26 

   

Um cientista depois de

calcular que uma

melancia com cerca de

9 quilos, ele recolheu

algumas sementes e as

pesou. Usando um

pouco de matemática,

ficou admirado em

descobrir que precisava

de cerca de 5 mil

sementes para fazer

meio quilo. Então se

sentou a mesa e escreveu:

"Há pouco tempo

alguém plantou

apenas uma dessas

sementinhas no solo.

Sob a influência do

sol e da chuva

a semente se despiu de

sua capa e aumentou

em cerca de 5 mil 

vezes o próprio peso.

Ele forçou todo esse

material através de

uma pequena haste

e construiu uma

melancia. Por fora uma

 cobertura verde, por

dentro, uma camada

branca, e no interior,

uma polpa vermelha.

Espalhadas por dentro

da nova melancia uma

quantidade enorme de

outras sementes; cada

uma capaz de fazer a

mesma obra novamente.

"Que arquiteto

desenhou o plano?

De onde a semente

da melancia obteve

sua extraordinária

força?  De onde extraiu

o corante para suas

cores?

O cientista então

destacou que,

enquanto não

pudermos explicar

uma melancia, não

poderemos nos

atrever a duvidar do

poder de Deus.

Ao nos suprir

com as Maravilhas

que muitas  vezes

não entendemos,

Deus nos mostra a sua

sabedoria, seu poder

infinito e o grande amor

que ele tem por nós.

Considerando as obras

de Deus, até mesmo

numa simples melancia,

ficamos admirados

diante de toda sua

grandeza.

 

E CONHECEREIS 

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A VERDADE 

Gif Jesus

E A VERDADE

 Gif casamento

VOS LIBERTARÁ 

Gif casamento

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ABOLIÇÃO DOS DÍZIMOS

ABOLIÇÃO DOS DÍZIMOS

 

A ABOLIÇÃO DOS DÍZIMOS NOS DIAS DA IGREJA 


 

 DÍZIMOS E OFERTAS

 

O que é que a Bíblia, de fato, ensina?


 

 

Hoje em dia há muitos ensinos sobre o pagamento do dízimo em vários quadrantes religiosos. Sejamos como os de Bereia e vejamos nas escrituras se estas coisas são assim (At 17:11).


                                                          Capítulo I 

 

1. O QUE É QUE DEUS DIZ?

          

           Tu não podes “dar” a Deus. Como criador e sustentador do universo, Ele já possui tudo. A tua vida – o próprio bater do teu coração é um dom de Deus.

 

«Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam» (Salmo 24:1).

 

«Ouve, povo meu, e eu falarei; ó Israel, e eu protestarei contra ti: Sou Deus, sou o teu Deus. Não te repreenderei pelos teus sacrifícios, ou holocaustos, que estão continuamente perante mim. Da tua casa não tirarei bezerro, nem bodes dos teus currais. Porque meu é todo animal da selva, e o gado sobre milhares de montanhas. Conheço todas as aves dos montes; e minhas são todas as feras do campo. Se eu tivesse fome, não to diria, pois meu é o mundo e toda a sua plenitude» (Salmo 50:7-12).

 

«Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos exércitos» (Ageu 2:8)

 

«Quem lhe deu primeiro a Ele, para que Lhe seja recompensado? (Romanos 11:35)».

 

           A esta questão retórica não é dada nenhuma resposta, visto que ela é óbvia. Tu não podes dar a Deus esperando que Deus fique em dívida para contigo.

           Há uma lei, semear e ceifar ou colher à recompensa das boas obras. Mas contrariamente aos ensinos do “evangelho da prosperidade”, não podes colocar Deus em dívida para contigo. Deus criou o universo. Ele sustém-no pela palavra do seu poder. Ele não precisa do teu dinheiro, e não quer o teu dinheiro. Deus quer-te a ti, e quer-te numa atitude correta.

 

 

1.1 PASSAGENS FAVORITAS

          

           Os ensinadores do dízimo tentam provar que o dízimo foi requerido por Deus muito tempo antes de Ele ter dado a Lei a Moisés. Consideraremos a seguir as suas passagens favoritas das Escrituras: 

 

"E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo" (Génesis 14:18-20)".

          

           Notai — dizem eles: "O dízimo era uma prática necessária mesmo nos dias de Abraão”. 

           Porém leiamos o contexto, que neste caso é o capítulo todo.

           A primeira coisa que vemos é que o «tudo» em questão, não pertencia a Abrão. Era propriedade de outras pessoas, incluindo Ló, sobrinho de Abrão, que tinha sido capturado aos exércitos de vários reis. Abrão e um pequeno grupo de seus servos envolveram-se numa batalha contra estes grandes exércitos e – contrariamente a todas as expectações mais otimistas, venceu. Melquisedeque reconheceu que foi Deus que concedeu esta vitória miraculosa (versículo 20).

           Notemos as declarações de Abrão nos versículos 22-24. Ele não possuía nada dos bens em questão antes da batalha e, embora tendo direito aos despojos como vencedor, recusou tomar o que quer que fosse: "... não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu..." (versículo 23). Abrão deu 10% das coisas das outras pessoas num ato representativo de gratidão a gratidão a Deus em nome das pessoas que tinham sido miraculosamente libertadas de uma vida de escravidão.
Este evento foi único. Não tem nada a ver com o ensino agora comum de que se deve dar 10% dos rendimentos a um grupo de líderes religiosos profissionais...

 

«E Jacó fez um voto, dizendo: ‘Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir; e eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR me será por Deus; e esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo" (Génesis 28:20-22).

         

           "Notai," dizem eles, "que o Dízimo era uma prática em vigor nos dias de Jacó, muito antes da Lei ter sido dada. Mas leiamos exatamente o que Jacó disse em (Génesis 28: 20-22). Ele fez um voto – uma promessa (e notai que não há nenhum registro bíblico de que ele tenha cumprido alguma vez essa promessa!).

          

 

1.2 Promessa Condicional 

 

Notemos as cinco condições:

  • Se Deus for comigo; 
  • Se Deus me guardar; 
  • Se Deus me der comida para comer; 
  • Se Deus me der vestuário para vestir; 
  • Se eu voltar à casa de meu pai em segurança (que não aconteceu senão 20 anos mais tarde); 
  • Então, e somente então, Deus pode ter 10% de tudo o que me dá. 

           Se isto é o “dízimo”, sintam-se à vontade para fazerem uma lista de tudo o que queiram de Deus, e – quando tiverem recebido tudo – começai a dar os vossos dízimos de 20 em 20 anos.  Entretanto, com base nesta passagem, não dêem um único centavo aos líderes religiosos.

 

 

2. O PROPÓSITO DO DÍZIMO

 
► Os Quatro Dízimos do Velho Testamento

 

2.1. DÍZIMO GERAL PAGOS AOS LEVITAS

 

«E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam o ministério da tenda da congregação» (Números 18:21).

          Todas as tribos de Israel, excetuando os Levitas, tinham uma área geográfica designada como sua “herança”. Mas os Levitas, como contrapartida pela sua obra na nação, recebiam da população um imposto sobre os rendimentos de 10%. Os Levitas funcionavam como Inspetores Sanitários (Marcos 1.44), Polícia, Departamento de Justiça, e Departamento da Educação. Sendo mais claros, os Levitas eram o serviço público (ou função pública) em Israel, e eram suportados por um sistema de impostos sobre os rendimentos chamados “dízimos”.

 

2.2. Os Levitas Pagavam o Dízimo dos Dízimos Gerais aos Sacerdotes.

«E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Também falarás aos levitas, e dir-lhes-ás: Quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles vos tenho dado por vossa herança, deles oferecereis uma oferta alçada ao SENHOR, os dízimos dos dízimos» (Números 18:25,26).

           Todos os sacerdotes eram Levitas, mas nem todos os Levitas eram sacerdotes. Os sacerdotes descendiam de Aarão e tinham responsabilidades específicas relacionadas com a adoração no Templo.

           Os segundos dízimos garantiam a segurança financeira dos sacerdotes, e, por conseguinte protegiam o sistema do Templo.

 

2.3. Dízimo Da Peregrinação Anual a Jerusalém.

«Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo. E, perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o Seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao SENHOR teu Deus todos os dias. E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o SENHOR teu Deus para ali pôr o Seu nome, quando o SENHOR teu Deus te tiver abençoado; Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o SENHOR teu Deus; E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa» (Deuteronômio 14:22-26)

           Ao povo de Israel era requerido que se reunisse em Jerusalém; (lugar escolhido por Deus para as grandes festas). Este tempo deveria ser de regozijo e o Senhor queria assegurar que toda a gente tinha recursos suficientes disponíveis que lhes desse a possibilidade de gozarem em pleno. 

           Ele ordenara que pusessem de parte 10% do seu rendimento anual para esse propósito. Notemos o versículo seguinte (versículo 27): «Porém não desampararás o levita…» Isto era uma referência ao primeiro dízimo. Por outras palavras, o terceiro dízimo (para as festas anuais) não deveria ser confundido com o dízimo separado para os Levitas.

 

2.4. Os Dízimos para os Pobres, os Órfãos, e as Viúvas.

«Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas; então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o SENHOR teu Deus te abençoe em toda a obra que as tuas mãos fizerem  (Deuteronômio 14:28-29).

          Chamamos a isto “Segurança Social”. Pagava-se uma vez de três em três anos, o que o tornava um terço do décimo anual.

           Estes dízimos não eram ofertas. Eram impostos. Os dízimos pagos pelos Israelitas seriam 23,3% do seu rendimento anual.

           A Quem Imposto, Imposto «Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra» (Romanos 13:7).

           Ao movermo-nos no Novo Testamento, descobrimos que nada mudou. Nós ainda pagamos impostos para financiarmos o Serviço público e o sistema de Segurança Social. 

 

3. TRAZER TODOS OS DÍZIMOS

 

«Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes» (Malaquias 3:10).

           Temos aqui o versículo favorito dos ensinadores do dízimo. Eles baseiam toda a sua doutrina sobre este versículo. Mas se dermos uma olhada atenta ao versículo, descobriremos algo muito interessante.
Lembremo-nos de que havia quatro dízimos em Israel, debaixo do Velho Concerto. Qual deles é aqui referido?

«E que o sacerdote, filho de Aarão, estaria com os levitas quando estes recebessem os dízimos, e que os levitas trariam os dízimos dos dízimos à casa do nosso Deus, às câmaras da casa do tesouro» (Neemias 10:38).

Notem: a expressão «casa do tesouro» surge tanto em Neemias como em Malaquias. Qual dos quarto dízimos é contemplado em Malaquias? É o dízimo pago pelos Levitas, e não o pago pelo povo. Compreendendo o texto, os Israelitas levavam o dízimo aos Levitas que os levavam à casa do tesouro (oferta alçada). Malaquias não está a repreender o povo; está a repreender os Levitas.

           Quando os ensinadores modernos citam este versículo às pessoas, estão de fato a citá-lo a eles mesmos! 

 

3.1 SOB MALDIÇÃO

          

           Se quiserdes compreender o livro de Malaquias, lede Malaquias 4.4, «Lembrai-vos da lei de Moisés...» É este o grande argumento de Malaquias.
           Mas nós não vivemos debaixo da Lei. Vivemos debaixo da graça que nos é providenciada em Jesus Cristo. Se optarmos por nos submeter mesmo a uma parte que seja da Lei de Moisés, para além de termos caído da graça, teremos um problema grave.

«Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las» (Gálatas 3:10).

           Se optarmos por nos colocarmos debaixo das obras da Lei, colocamo-nos sob uma maldição, pela simples razão de não podermos observar a Lei de Moisés.

           O propósito da Lei é atuar como nosso tutor ou «aio», «para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados» (Gálatas: 3.24).

 

4. O PRIMEIRO CONCÍLIO DA IGREJA

          

           Quando a Igreja começou a despontar no livro dos Atos, houve quem tentasse forçar os crentes Gentios a viverem debaixo da Lei. Levantou-se uma disputa que rapidamente conduziu ao primeiro concílio eclesiástico.

«Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos. “Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo e Barnabé, e alguns dentre eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, sobre aquela questão». «E, quando chegaram a Jerusalém, foram recebidos pela igreja e pelos apóstolos e anciãos, e lhes anunciaram quão grandes coisas Deus tinha feito com eles. Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés», «E, havendo-se eles calado, tomou Tiago a palavra, dizendo: Homens irmãos, ouvi-me:» «Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue» (Atos 15:1-2, 4-5, 13, 19-20).

— A questão levantada neste concílio era (versículo 5): Os crentes têm que observar a Lei de Moisés, que, como é óbvio, inclui o dízimo e também o dia do sábado? Ambos antes, observados até por Abraão. 

— Qual foi a resposta? Foi-lhes dado apenas quatro instruções. Absterem-se das (1) coisas contaminadas pelos ídolos, (2) prostituição, (3) o que é sufocado, e (4) o sangue.

           Onde é que está o dízimo nesta lista? Em parte nenhuma! O primeiro concílio eclesiástico declarou que não era requerido aos crentes em Cristo, pagar o dízimo.

 

4.1. O QUE O NOVO TESTAMENTO NOS ENSINA

«Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia; como em muita prova de tribulação houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente. Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus (2 Coríntios 8:1-5).

 

4.1.1 Nossas Ofertas Devem Emanar da Nossa Relação com o Deus Vivo

O motivo é tudo «Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito para que todo aquele que n’Ele crê não se perca, mas tenha a vida eterna» (João 3:16).

           A maior parte das pessoas ignora este versículo no contexto das ofertas, mas a dádiva de Deus é o fundamento das nossas dádivas.

 

4.1.2 Três Coisas na Dádiva de Deus:

“Notemos”

(1) A Sua motivação foi o amor;

(2) Ao dar o Seu Filho, o Pai doou-Se;

(3) A dádiva de Deus foi em resposta à nossa necessidade, e não à nossa cobiça.

"Não se perca".

Há uma forma de dar em sacrificio que Deus despreza:

«E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria» (1 Coríntios 13:3).

          Deus olha para o coração, não se impressionando com o dar sem amor. O motivo é tudo. E não enveredes pela filosofia errada e manipuladora, tão comum em tantos círculos carismáticos de que, se deres com fé receberás cem vezes mais. A Bíblia diz claramente que tal dádiva é inaceitável para com Deus. 

 

5. A NOSSA RESPOSTA ÀS NECESSIDADES

          

          Nós devemos dar resposta às necessidades, e não à cobiça. Muitos religiosos são pressionados para darem enormes somas de dinheiro para os líderes profissionais das suas igrejas que (na maioria dos casos) vivem em casas luxuosas, conduzem belíssimos carros, e fazem-se passear por todo o lado, enquanto constroem impérios de largas centenas de milhares de contos controlados pela família – tudo “para a glória de Deus”, claro. Estes cobiçosos construtores de impérios exigem, claro, que as pessoas lhes dêem os dízimos, com a ameaça de que Deus levará o diabo a causar-lhes prejuízos financeiros se o não fizerem.
          A Bíblia não diz nada que encoraje a dar a estas pessoas ambiciosas e cobiçosas. Pelo contrário, ensina que devemos responder às necessidades genuínas.

“E naqueles dias desceram profetas de Jerusalém para Antioquia. E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César” (At 11, 28).

«E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia».

 

5.1 SECRETAMENTE E HUMILDEMENTE

 

— Eles responderam à necessidade.

«Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus. Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente» (Mateus 6:1-4).

          Devemos dar secretamente e de forma humilde. De Acordo Com o Que Temos «Porque, se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem, e não segundo o que não tem» (2 Coríntios 8:12). Se tiverdes $5.000, e deverdes $5.000, a alguém, mas em vez de pagardes a dívida derdes o dinheiro a uma organização religiosa, Deus não aceitará a vossa oferta. O princípio é este: Não dês o que de fato não tens.

Com Alegria «Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria» (2 Coríntios 9:7).

         O que a Bíblia diz aqui é o seguinte: Dá o que genuinamente dás com alegria. Não diz: Dá mais do que podes, e depois tenta ser feliz com isso. Uma nota importante quanto à forma correta de hoje se dar é aqui dada por Paulo: «... segundo propôs no seu coração ...» Deus quer que dês o que queres dar. Se não podes dar com alegria, não dês. Deus não quer isso, nem o aceita.

Um exemplo do VT é-nos dado para ensino, hoje; Ex. 25:2: «Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada; de todo o homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada».

          Esta oferta era para a construção do tabernáculo; o objeto mais importante no VT. Deus só queria contribuições dos que tinham verdadeiramente, alegria em dar. O princípio é o mesmo.

A Maldição dos Reis «E disse: Este será o costume do rei que houver de reinar sobre vós; ele tomará os vossos filhos, e os empregará nos seus carros, e como seus cavaleiros, para que corram adiante dos seus carros. E os porá por chefes de mil, e de cinquenta; e para que lavrem a sua lavoura, e façam a sua sega, e fabriquem as suas armas de guerra e os petrechos de seus carros. E tomará as vossas filhas para perfumistas, cozinheiras e padeiras. E tomará o melhor das vossas terras, e das vossas vinhas, e dos vossos olivais, e os dará aos seus servos. E as vossas sementes, e as vossas vinhas dizimarão, para dar aos seus oficiais, e aos seus servos. Também os vossos servos, e as vossas servas, e os vossos melhores moços, e os vossos jumentos tomará, e os empregará no seu trabalho. Dizimará o vosso rebanho, e vós lhe servireis de servos. “Então naquele dia clamareis por causa do vosso rei, que vós houverdes escolhido; mas o SENHOR não vos ouvirá naquele dia» (1 Samuel 8:11-18).

          Ao submetermos à autoridade espiritual de um homem, independentemente de se chamar rei, ou líder eclesiástico, em vez de nos submetermos à autoridade de Deus, acabaremos por lhe pagar dízimos, sendo escravos virtuais dele, da sua família e/ou da sua organização; candidatando-nos a orações que não serão respondidas. Deus não nos poderá responder, pois temos colocado a nossa fé num homem. Se Ele respondesse às nossas orações, estaria a reforçar a nossa confiança na carne.

          Aprendamos a dar como Deus nos instrui na sua palavra; e tão somente pela sua palavra. Pois, “O Senhor já abençoou a sua igreja com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo.

 

 

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, par si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado.  (Efésios 1.3,6).

 

 

 


 

 

 

CAPÍTULO II

 

 

6. TEXTOS DE COMPREENSÃO

          

          Antes de continuarmos com os nossos estudos, para uma melhor compreensão meditaremos no que diz Números: 18 e Neemias: 10. 28 a 39. 

 

6.1. NÚMEROS:

 

1. Então disse o SENHOR a Arão: Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo, levareis sobre vós a iniqüidade do santuário; e tu e teus filhos contigo levareis sobre vós a iniqüidade do vosso sacerdócio.

2. E também farás chegar contigo a teus irmãos, a tribo de Levi, a tribo de teu pai, para que se ajuntem a ti, e te sirvam; mas tu e teus filhos contigo estareis perante a tenda do testemunho.

3. E eles cumprirão as tuas ordens e terão o encargo de toda a tenda; mas não se chegarão aos utensílios do santuário, nem ao altar, para que não morram, tanto eles como vós.

4. Mas se ajuntarão a ti, e farão o serviço da tenda da congregação em todo o ministério da tenda; e o estranho não se chegará a vós.

5. Vós, pois, fareis o serviço do santuário e o serviço do altar; para que não haja outra vez furor sobre os filhos de Israel.

6. E eu, eis que tenho tomado vossos irmãos, os levitas, do meio dos filhos de Israel; são dados a vós em dádiva pelo SENHOR, para que sirvam ao ministério da tenda da congregação.

7. Mas tu e teus filhos contigo cumprireis o vosso sacerdócio no tocante a tudo o que é do altar, e a tudo o que está dentro do véu, nisso servireis; eu vos tenho dado o vosso sacerdócio em dádiva ministerial e o estranho que se chegar morrerá.

8. Disse mais o SENHOR a Arão: Eis que eu te tenho dado a guarda das minhas ofertas alçadas, com todas as coisas santas dos filhos de Israel; por causa da unção as tenho dado a ti e a teus filhos por estatuto perpétuo.

9. Isto terás das coisas santíssimas do fogo; todas as suas ofertas com todas as suas ofertas de alimentos, e com todas as suas expiações pelo pecado, e com todas as suas expiações pela culpa, que me apresentarão; serão coisas santíssimas para ti e para teus filhos.

10. No lugar santíssimo as comerás; todo o homem a comerá; santas serão para ti.

11. Também isto será teu: a oferta alçada dos seus dons com todas as ofertas movidas dos filhos de Israel; a ti, a teus filhos, e a tuas filhas contigo, as tenho dado por estatuto perpétuo; todo o que estiver limpo na tua casa, delas comerá.

12. Todo o melhor do azeite, e todo o melhor do mosto e do grão, as suas primícias que derem ao SENHOR, as tenho dado a ti.

13. Os primeiros frutos de tudo que houver na terra, que trouxerem ao SENHOR, serão teus; todo o que estiver limpo na tua casa os comerá.

14. Toda a coisa consagrada em Israel será tua.

15. Tudo que abrir a madre, e toda a carne que trouxerem ao SENHOR, tanto de homens como de animais, será teu; porém os primogênitos dos homens resgatarás; também os primogênitos dos animais imundos resgatarás.

16. Os que deles se houverem de resgatar resgatarás, da idade de um mês, segundo a tua avaliação, por cinco siclos de dinheiro, segundo o siclo do santuário, que é de vinte geras.

17. Mas o primogênito de vaca, ou primogênito de ovelha, ou primogênito de cabra, não resgatarás, santos são; o seu sangue espargirás sobre o altar, e a sua gordura queimarás em oferta queimada de cheiro suave ao SENHOR.

18. E a carne deles será tua; assim como o peito da oferta de movimento, e o ombro direito, teus serão.

19. Todas as ofertas alçadas das coisas santas, que os filhos de Israel oferecerem ao SENHOR, tenho dado a ti, e a teus filhos e a tuas filhas contigo, por estatuto perpétuo; aliança perpétua de sal perante o SENHOR é, para ti e para a tua descendência contigo.

20. Disse também o SENHOR a Arão: Na sua terra herança nenhuma terás, e no meio deles, nenhuma parte terás; eu sou a tua parte e a tua herança no meio dos filhos de Israel.

21. E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam; o ministério da tenda da congregação.

22. E nunca mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da congregação, para que não levem sobre si o pecado e morram.

23. Mas os levitas executarão o ministério da tenda da congregação, e eles levarão sobre si a sua iniqüidade; pelas vossas gerações estatuto perpétuo será; e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão,

24. Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao SENHOR em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão.

25. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo:

26. Também falarás aos levitas, e dir-lhes-ás: Quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles vos tenho dado por vossa herança, deles oferecereis uma oferta alçada ao SENHOR, os dízimos dos dízimos.

27. E contar-se-vos-á a vossa oferta alçada, como grão da eira, e como plenitude do lagar.

28. Assim também oferecereis ao SENHOR, uma oferta alçada de todos os vossos dízimos que receberdes dos filhos de Israel, e deles dareis a oferta alçada do Senhor a Arão, o sacerdote.

29. De todas as vossas dádivas oferecereis toda a oferta alçada do SENHOR; de tudo o melhor deles, a sua santa parte.

30. Dir-lhes-ás pois: Quando oferecerdes o melhor deles, como novidade da eira, e como novidade do lagar, se contará aos levitas.

31. E o comereis em todo o lugar, vós e as vossas famílias, porque vosso galardão é pelo vosso ministério na tenda da congregação.

32. Pelo que não levareis sobre vós o pecado, quando deles oferecerdes o melhor; e não profanareis as coisas santas dos filhos de Israel, para que não morrais.

6.2. Neemias:

28. E o restante do povo, os sacerdotes, os levitas, os porteiros, os cantores, os servidores do templo, todos os que se tinham separado dos povos das terras para a lei de Deus, suas mulheres, seus filhos e suas filhas, todos os que tinham conhecimento e entendimento,

29. Firmemente aderiram a seus irmãos os mais nobres dentre eles, e convieram num anátema e num juramento, de que andariam na lei de Deus, que foi dada pelo ministério de Moisés, servo de Deus; e de que guardariam e cumpririam todos os mandamentos do Senhor nosso Senhor, e os seus juízos e os seus estatutos;

30. E que não daríamos as nossas filhas aos povos da terra, nem tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos.

31. E que, trazendo os povos da terra no dia de sábado qualquer mercadoria, e qualquer grão para venderem, nada compraríamos deles no sábado, nem no dia santificado; e no sétimo ano deixaríamos descansar a terra, e perdoaríamos toda e qualquer cobrança.

32. Também sobre nós pusemos preceitos, impondo-nos cada ano a terça parte de um siclo, para o ministério da casa do nosso Deus;

33. Para os pães da proposição, para a contínua oferta de alimentos, e para o contínuo holocausto dos sábados, das luas novas, para as festas solenes, para as coisas sagradas, e para os sacrifícios pelo pecado, para expiação de Israel, e para toda a obra da casa do nosso Deus.

34. Também lançamos sortes entre os sacerdotes, levitas, e o povo, acerca da oferta da lenha que se havia de trazer à casa do nosso Deus, segundo as casas de nossos pais, a tempos determinados, de ano em ano, para se queimar sobre o altar do SENHOR nosso Deus, como está escrito na lei.

35. Que também traríamos as primícias da nossa terra, e as primícias de todos os frutos de todas as árvores, de ano em ano, à casa do Senhor.

36. E os primogênitos dos nossos filhos, e os do nosso gado, como está escrito na lei; e que os primogênitos do nosso gado e das nossas ovelhas traríamos à casa do nosso Deus, aos sacerdotes, que ministram na casa do nosso Deus.

37. E que as primícias da nossa massa, as nossas ofertas alçadas, o fruto de toda a árvore, o mosto e o azeite, traríamos aos sacerdotes, às câmaras da casa do nosso Deus; e os dízimos da nossa terra aos levitas; e que os levitas receberiam os dízimos em todas as cidades, da nossa lavoura.

38. E que o sacerdote, filho de Arão, estaria com os levitas quando estes recebessem os dízimos, e que os levitas trariam os dízimos dos dízimos à casa do nosso Deus, às câmaras da casa do tesouro.

39. Porque àquelas câmaras os filhos de Israel e os filhos de Levi devem trazer ofertas alçadas do grão, do mosto e do azeite; porquanto ali estão os vasos do santuário, como também os sacerdotes que ministram, os porteiros e os cantores; e que assim não desampararíamos a casa do nosso Deus.

 

 7.  A PALAVRA SOBRE DÍZIMOS E OFERTAS NO NOVO TESTAMENTO DO SENHOR JESUS?

           Ainda devemos exercer as cerimônias e rituais da lei de Moisés, ou Cristo revogou a lei pela aspersão do seu próprio sangue, em sacrifício vivo na cruz do calvário?

 

 7.1.  DÍZIMOS NO VELHO E NOVO TESTAMENTO

           Os dicionários bíblicos assim definem o dízimo: A décima parte, tanto das colheitas como dos animais, que os israelitas ofereciam a Deus (Lv 27.30-32 e Hebreus 7.1-10). O dízimo era usado para o sustento dos levitas (Números 18.21-2), dos estrangeiros, dos órfãos e das viúvas (Deuteronômio 14.29).   

            Para iniciar o nosso estudo bíblico, já conhecemos que mesmo na vigência da Lei de Moisés, dízimo não era dinheiro (Deuteronômio 14.22-27), mas dez por cento das colheitas de grãos e de animais, e eram destinados à suprir os Levitas que não tinham parte e nem herança na terra prometida.

            No Novo Testamento o dízimo foi citado; vamos conhecer o porquê e em quais circunstâncias a palavra se refere a essa ordenança da Lei.

            A primeira vez que o dízimo foi citado no Novo Testamento (Mateus 23.23), Jesus censurou os escribas e fariseus, dizendo-lhes: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé. Deveis, porém, fazer estas coisas e não omitir aquelas”. 

            Por isso, quando anunciamos que o dízimo é abolido no tempo da graça, os seus patronos e beneficiários imediatamente bradam por Mateus 23.23, e muitos, por não vislumbrar a divisão existente na palavra entre o Antigo Testamento (feito por leis, cerimônias e rituais) e o Novo Testamento (da graça), ainda trazem nos lombos o pesado fardo da lei, mesmo depois da revogação do precedente mandamento, por causa da sua fraqueza e inutilidade (pois a lei, nenhuma coisa aperfeiçoou), sendo introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus (Hebreus 7.18 e 19), pela aspersão do sangue de Cristo na cruz do Calvário, o qual veio justamente para libertar o homem do jugo da lei, mas o seu sacrifício continua sendo rejeitado.

            Então vamos buscar discernimento espiritual na palavra, para entendermos o porquê, naquela ocasião Jesus recomendou a manutenção dessa ordenança da lei, dizendo: Deveis, porém, fazer estas coisas e não omitir aquelas.   

            Assim afirmou Jesus, porque era um judeu, nascido sob a lei (Gálatas 4.4), e viveu na tutela da lei. Reconhecendo-a, disse dessa forma, pela responsabilidade  de cumprir a lei. E para isso, em Mateus 5.17 e 18, Ele disse: Não cuideis que vim abolir a lei e os profetas, mas vim para cumpri-la, e, nem um jota ou til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.

            Jesus assegurou que a lei deveria ser cumprida, mesmo no decorrer do seu ministério, porque qualquer que violasse a lei seria apedrejado até a morte. E nesse caso, Ele não iria cumprir a sua missão aqui na terra para libertar o homem que estava morto na maldição do pecado.

            E verdadeiramente Jesus cumpriu a lei.  Foi circuncidado aos oito dias, foi apresentado na sinagoga (Lucas 2. 21- 24), assumiu o seu sacerdócio aos trinta anos  (Lucas 3.23, Números 4.43, 47), e exerceu outras formalidades cerimoniais da lei.

            Observe também, que Jesus curou o leproso (Mateus 8.1-4) e depois o mandou apresentar ao Sacerdote a oferta que Moisés ordenou no capítulo 14 de Levítico. E hoje, alguém oferece ao sacerdote alguma oferta após a graça da libertação das enfermidades?

            Porque a Nova Aliança não teve princípio no nascimento de Jesus, mas na sua morte (Gálatas 3.22-25 e 4.4, 5), para tanto, Cristo, ao render o seu espírito a Deus (Mateus 27.50,51), o véu do templo rasgou-se de alto a baixo,  então passamos a viver pela graça do Senhor Jesus,  encerrando-se ali, toda  ordenança da lei de Moisés, sendo  introduzido o Novo Testamento, o Evangelho da salvação pelo triunfo do Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário.

            O que precisamos entender de vez por todas, que Cristo não veio a ensinar os judeus a viverem bem a Velha Aliança, Ele disse: Um novo mandamento vos dou (João 13.34), e, se a justiça provem da lei,  segue-se que Cristo morreu em vão (Gálatas 2.21). E em Mateus 5.20, disse Jesus: Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos  céus.

            Considere que o Senhor Jesus Cristo mandou justamente os escribas e fariseus (os quais o Senhor sempre os tratou por hipócritas, falsos)  que cumprissem a lei de Moisés, a qual ordenava o dízimo. Nós, porém,  para herdarmos  o reino do Céu, não podemos de forma alguma voltar no ritual da lei Mosaica como faziam os escribas e fariseus, mas  precisamos exceder essa lei, ainda que abolida. O amor, a graça e a paz do Senhor Jesus excede a lei e todo entendimento humano.  

            A Segunda vez que o Senhor Jesus referiu-se ao dízimo, foi na Parábola do Fariseu e do Publicano (Lucas 18.9-14), e outra vez Jesus censurou os dizimistas. Tomou como exemplo um religioso, dizimista fiel, o qual jejuava duas vezes  por semana, porém, exaltava a si mesmo  e humilhava um pecador que suplicava a misericórdia do Senhor.  

            É interessante observar que os fariseus continuam se exaltando da mesma forma, batem no peito e dizem: Eu sou dizimista fiel. Mas nesta  narrativa alegórica, o Senhor Jesus Cristo exemplificou  que no Evangelho não há galardão para os dizimistas, ao contrário, Jesus sempre os censurou.

                                                

7.2.1 A Abolição dos Dízimos  

 

7.2.2. Dízimo no Antigo Testamento.

 

           Podemos afirmar que ofertar a Deus é um principio que se inicia desde o começo da história da humanidade, especialmente no livro de Genesis. É desse livro que extraímos alguns exemplos. O primeiro exemplo ocorre com Caim e Abel em Genesis 4:1-7, onde é relatado o primeiro caso de pessoas ofertando a Deus. A primeira ideia que esse texto nos trás é que Deus se agradou mais da oferta de Abel por se tratar das “primícias” dos seus rebanhos. Essa realidade é defendida por Russel Champlin quando afirma com base em Hebreus 11.4 que “Abel ofereceu seu sacrifício motivado pela fé [...] uma autêntica espiritualidade, em legitima obediência a Deus” (CHAMPLIN, 1987, p. 43). A Fé de Abel fez com que ele entregasse ao Senhor o primeiro e o melhor do seu rebanho. Entretanto, outra possibilidade apresentada diz respeito ao fato que Abel trouxe uma oferta de sangue e Caim dos frutos da terra, sem sangue. Outros teólogos pensam que Deus havia dado instruções sobre como ofertar e Caim não as tinha obedecido. Não sabemos se essas interpretações estão corretas, contudo aprendemos que se o nosso coração não estiver em sintonia com Deus a nossa oferta será facilmente recusada pelo Senhor. Outro exemplo que encontramos sobre oferta no livro Genesis é o que acontece com Noé, logo após a saída da arca: “ Edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de todo animal limpo e de toda ave limpa, e ofereceu holocaustos sobre o altar. (Gênesis 8.20). O texto demonstra um reconhecimento de Noé para com o Senhor, por causa da sua bondade e da sua misericórdia. Contudo, ainda não se aproxima daquilo que visa esse estudo. Muitos cristãos incorrem no erro de afirmar que o dízimo é um preceito exclusivo da lei Mosaica e, portanto não deve ser seguido pela igreja de Cristo, a qual está livre das exigências da lei e desfruta dos benefícios da graça de Cristo. Contudo é importante mencionar aqui que o dízimo surge bem antes da instituição da lei mosaica.

           Para que essa verdade fique clara e evidenciada vamos observar alguns exemplos bíblicos sobre essa afirmação.  Abrão, em Gênesis 14.20 lê-se, “E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! “E Abraão deu-lhe o dízimo de tudo”. Essa é a primeira referência ao dízimo que encontramos no Antigo Testamento. A bíblia não nos mostra uma razão clara pela qual Abraão estava devolvendo o dízimo naquele momento.

           Segundo Champlin (1987, p.4164): “Podemos supor que essa era uma prática regular, mas não temos qualquer informação sobre isso, e nem sobre as formas que o dízimo poderia assumir. ”Em oposição a essa opinião; Walter Kaschel (1990, p. 33) afirma que Abraão devolveu o dízimo “instruído por Deus, assim como agiu em relação aos sacrifícios e demais atos de culto por ele praticados. ”Entretanto, mesmo não tendo nenhuma informação concreta sobre a motivação de Abraão, não podemos deixar de mencionar o contexto religioso no qual ele estava inserido, e os padrões e valores que poderiam influenciar, quanto a forma de devolver oferendas.

             Gene Getz nos dá um breve pano de fundo religioso sobre Ur dos Caldeus, cidade onde Abraão vivia e havia sido chamado por Deus. Ele diz o seguinte:

“Ur, uma das cidades mais importantes do mundo da sua época. [...] uma população aproximada de 300.000 pessoas. Aquelas pessoas adoravam muitos deuses [...]. no centro de Ur existia um grande templo, chamado de Zigurate, onde as pessoas adoravam sua principal deidade, o deus-lua chamado anna.” (GETZ, Pg. 22).

           Características do Dízimo de Abrão, Gênesis 14:17-20:

 "E o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro (depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) até ao Vale de Savé, que é o vale do rei. E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas  mãos.  “E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo”.

          Com base nessa narrativa podemos perceber que Abrão devolveu o dízimo a Melquisedeque como uma forma de agradecimento por conseguir resgatar o seu sobrinho Ló e, ou livramentos. Mas, é interessante observamos alguns detalhes presentes em versículos chaves. O verso 17 diz: “... rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro...” Para fazer o quê? O rei de Sodoma procurou a Abraão para receber Dízimo e submissão dele. Essa era uma prática da época que, através da doação de uma parte do despojo que se obtinha numa batalha ou campanha de guerra, se reconhecesse a soberania de um rei sobre aquele que doava. No verso 18 lemos: “Melquisedeque, rei de Salém, [...] sacerdote do Deus altíssimo”. Nesta leitura podemos perceber o contraste entre o rei de Salém e o rei de Sodoma que nessa história representava o reino do mal. Esse verso encontra um correspondente em I Samuel 8:15-17, onde, observamos o “direito do rei” e como já foi afirmado anteriormente, era a prática comum entre os reis cananeus antes de Israel. Em seguida observamos o verso 19 onde afirma que, “  Abrão deu-lhe o dízimo de tudo”. Isso ocorreu porque Abraão reconheceu a Melquisedeque como superior, e assim, digno de toda submissão, e usando o costume da época oferece-lhe o dízimo de todos os despojos de guerra. A conclusão da análise feita nos versículos, acima, leva-nos a crer que o dízimo ou tributo de Abraão foi: 1) Voluntário - Em nenhum momento Abrão foi obrigado a dar o dízimo; não havia nenhum código de leis que o motivasse a devolvê-lo. Entretanto, como foi mencionado acima, havia uma prática de devolver o que era de direito ao rei. Sendo isto verdade, o seu dízimo foi influenciado por essa prática. 2) Como forma de gratidão pela sua vitória (Gn14. 20). Como forma de adoração e submissão - Foi entregue ao rei sacerdote Melquisedeque, representante de IAHWEH, e não ao rei de Sodoma, o qual, nessa narrativa, representava as forças malignas. Contudo, apesar de apresentar as referidas conclusões sobre o dízimo de Abrão, precisamos levantar alguns questionamentos sobre questões ligadas a esse fato. O primeiro questionamento diz respeito ao fato que durante toda a vida de Abrão, que depois se tornou Abraão, nunca mais se lê que ele voltou a dizimar alguma coisa ao Senhor; esse é o único relato que consta. De acordo com o pensamento de Ivan Dario em seu livro “A Farsa do Dízimo Cristão”. Não podemos afirmar que Abraão foi o primeiro dizimista fiel, porque “Abraão não tinha o dízimo como costume ou prática religiosa” (TORO, 2001, p.151). O segundo questionamento está relacionado ao fato que os dízimos foram dados dos despojos da guerra. Isto é, não pertenciam a Abraão. Uma parte desses despojos foi dada ao rei/sacerdote Melquisedeque, e que, a outra parte foi devolvida ao rei de Sodoma, agora não como dízimo, mas sim como uma devolução dos bens recuperados durante a guerra.

           De acordo com os costumes da época, Abraão teria o direito de ficar com esses despojos. Porém ele não ficou. De acordo com Paul Hoff (2002, p. 53) “... Abraão não quis que ninguém, exceto Deus, pudesse dizer que o havia enriquecido. [...]” Ele não dependia de um rei humano, mas do rei do céu, a quem havia levantado a sua mão. ”Um terceiro questionamento que surge nessa discussão é o que está contido no pensamento de Walter Kaschel (1990, p. 35) onde afirma que, “ Abraão foi muito abençoado por Deus, tanto material como espiritual; como consequência de ter dado esse dízimo.” Ao olharmos mais uma vez Gn 14:18, observamos que a sentença “...Abençoou...” está antes da sentença “ ... deu dízimos...”. Mostrando assim, que Abraão já havia sido abençoado, antes mesmo de ter oferecido alguma coisa ao Senhor. Outro argumento que apóia essa ideia é o fato que Abraão já era tremendamente rico antes mesmo desse episódio. É fato que muitos pregadores têm ignorado esses argumentos e tem procurado apenas ensinar mensagens engessadas sobre dízimo e ofertas, as quais enfatizam sobremaneira a pessoa de Abraão como dizimista, sem levar em conta o abismo cultural e histórico que há entre nós e o próprio Abraão. Precisamos avançar em nossos estudos e acompanhar outro exemplo de dízimo antes de sua instituição na lei mosaica. Jacó, em Gênesis 28. 20-22 lemos:

 “Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo e me guardar neste caminho que vou seguindo, e me der pão para comer e vestes para vestir, de modo que eu volte em paz à casa de meu pai, e se o Senhor for o meu Deus, então esta pedra que tenho posto como coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo”.

            Esta é mais uma narrativa que apresenta a palavra dízimo antes de sua instituição na lei Mosaica. E que é largamente usada como argumento teológico para defender o dízimo nos dias atuais. Precisamos analisá-la com cuidado a fim de extrairmos dela um significado bíblico e coerente. O trecho citado acima, reflete a conclusão de uma experiência sobrenatural vivenciada por Jacó, onde, depois de ver, ouvir e sentir a presença de Deus, ele faz o voto ao qual o texto acima se refere. Como foi feito no caso de Abraão, precisamos olhar alguns aspectos desse trecho. O primeiro aspecto a mencionar é que nos versos 13 e 15, o Senhor relembra a promessa feita a Abraão e a Isaque; e agora confirma a Jacó. Alguns pontos a destacar do verso 15: 1) presença do Senhor; 2) proteção divina e 3) retorno garantido. Essas foram as promessas feitas a Jacó durante a sua visão. Porém, surge um questionamento ao seu voto: Por que colocar muitas condições se Deus já havia prometido prover tudo o que Jacó estava pedindo? A visão que ele presenciou não foi suficiente para eliminar todas essas condições? A solução para essa dificuldade encontra-se na própria personalidade de Jacó, onde, segundo Itamir Neves de Souza (2007,p.237),“ ...o seu caráter ainda não estava transformado.” Isso fez com que ele começasse a barganhar com Deus. Ainda para complementar a ideia Champlin (1987, p. 192) afirma o seguinte: “[...] não podemos esquecer que Jacó era de um caráter fraco, e somente agora começara a crescer. Ele proferiu suas condições na fraqueza, mas debaixo de uma crescente iluminação.” O segundo aspecto diz respeito à negociação feita por Jacó no verso 20 e 21. Ele pede proteção, comida e vestimenta. Em seguida ele promete “... de tudo o que me deres, certamente te darei o dízimo”.

           O que Jacó promete devolver ao Senhor foge um pouco da realidade apresentada por Abraão, e não se enquadra no que a lei irá instituir como sendo o dízimo, segundo os parâmetros de Levítico 27. 30, 32. Há escritores que afirmam que as mesmas características encontradas no dízimo de Abraão, também estão presentes no dízimo entregue por Jacó. Podemos até concordar no aspecto da voluntariedade e do reconhecimento do poder de Deus; mas fica muito difícil conciliar os contextos em que cada um estava inserido. É importante lembrar que Abraão deu o dízimo após uma batalha, a qual saiu vencedor, demonstrando a sua gratidão e o seu reconhecimento ao Senhor; mas Jacó ainda esperava a concretização de situações determinadas por ele. Percebemos que os dois patriarcas apresentam momentos e formas diferentes de dar o dízimo. Isso nos leva a crer que não podemos criar o padrão de dizimista baseados nesses dois patriarcas.

           Estamos certos de que não podemos ignorá-los e nem os seus exemplos; porém, não podemos usá-los como exemplos da forma como são usados hoje, de uma forma desprovida de uma exegese bíblica correta. Para confirmar essa afirmação observemos o pensamento de Walter Kaschel (1990, p.34) quando diz que “O fato de o dízimo de Jacó se revestir das mesmas características do de Abraão, demonstra claramente que ele havia recebido no lar instruções cuidadosas sobre o assunto.” ou segundo Oswaldo Ramos (1995, p. 35), “[...] Jacó, reconheceu a existência do principio moral do dízimo, inscrito no coração, como os dez mandamentos.” (Hebreus 8.10 e Romanos 2.15) Essa afirmação nos traz a memória um principio da hermenêutica: “[...] deixar a bíblia falar por si mesma. Não lhe acrescente e não lhe subtraia nada.” (OLIVEIRA, 1986, p. 95). Pena que esse princípio hermenêutico não tem sido observado atualmente.

           O que precisamos hoje em dia é fazer um estudo detalhado e exegético sobre a realidade desses dois personagens, para que possamos definir sua relevância bíblica na doutrina do dízimo.

          

 

 

 


 

 

MOISÉS (A LEI), ELIAS (OS PROFETAS), JESUS (A GRAÇA / A IGREJA)

 

 

CAPÍTULO III

 

 

8. A REVELAÇÃO NA TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS       

           

           Estando Jesus no monte, ao transfigurar-se, apareceram aos discípulos, Moisés e Elias, vestidos de glória, e que falavam com Jesus a respeito de sua morte.

Moisés representava a lei enquanto que Elias, os profetas. Estando a falar Pedro, não sabendo, na verdade o que dizia, dirigiu a palavra a Jesus, como que pedindo-lhe permissão para que três tendas fossem levantadas ali. Uma para Moisés uma para Elias e outra para Jesus. Mas o próprio Deus o corrigiu, quando aparece a sua vós em uma nuvem luminosa, e diz: Este é o meu filho amado; a ele ouvi. (MT. 17. 3,4,5).

           O ministério de Moisés, representante da lei, tanto quanto o de Elias, os profetas, apontava para o ministério ainda mais excelente Jesus. Onde Pedro não tendo o entendimento do que dizia, igualava o filho a lei a aos profetas. Mas esse é o ministério mais excelente; a vós do novo e eterno sacerdote, que compraria com o seu sangue para Deus, reis e sacerdotes, um povo zeloso, especial e de boas obras, constituintes de sua amada noiva, a Igreja; e, que sua base não se constituiria das ordenanças da lei ou do envio de um profeta, mas de seu próprio filho; o filho de Deus; o criador dos céus e da terra e da primícia de toda a criação. A sua própria imagem e semelhança. A ele ouvi.                   

           Hebreus 7.5: E os que dentre os filhos de Levi receberam o sacerdócio tem ordem, segundo a lei, de tomar os dízimos do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão.

           Medite, a palavra afirma que Moisés deu uma lei ao seu povo, direcionada aos filhos de Levi, especificamente aos que receberam sacerdócio para trabalhar nas tendas das congregações, os quais tinham ordem, segundo a lei de receber os dízimos dos seus irmãos. Agora note o relato do versículo 11e 12:

            Hebreus 7.11: De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio Levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade se havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque (referindo-se a Jesus Cristo) e não fosse chamado segundo a ordem de Arão? (menção a Moisés, o qual introduziu a lei ao povo).

           Hebreus 7.12: Porque mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança na lei.

            Meditando no texto acima, especificamente nestes versículos, onde a palavra do Senhor assegura que os sacerdotes Levíticos recebiam os dízimos segundo a lei (Hebreus 7.5), Porque através deles (sacerdotes Levíticos) o povo recebeu a lei (Hebreus 7.11) e mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também, mudança na lei (Hebreus 7.12), porque se a perfeição fosse pelo sacerdócio Levítico (pelo qual o povo recebeu a lei), qual a necessidade do Senhor Deus enviar outro Sacerdote? A palavra não deixa sombra de dúvida que não só o dízimo, mas toda a lei de Moisés foi por Cristo abolida. Mudou o Sacerdócio, necessariamente se faz mudança na Lei.

             Se voltarmos na lei, que fora direcionada especificamente aos filhos de Levi, aos que receberam o sacerdócio do Senhor Deus e, se aplicada aos crentes hoje, ela torna-se intempestiva e ilegítima, porque os “pastores” de hoje não são sacerdotes levitas. E Jesus afirmou que a lei e os profetas duraram até João (Lucas 16.16), e mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz mudança na lei (Hebreus 7.12).

            Portanto amados, apenas esses três versículos (5, 11,12) do capítulo 7 da carta aos Hebreus, seriam suficientes para entendermos a abolição de toda lei, e não falarmos mais em obras mortas, como o dízimo no tempo da Graça do Senhor Jesus.  

           

8.1. PROPÓSITOS

 

8.2. O Propósito das Ofertas e do Dízimo

           Porque Abel não trouxe dízimo, e sim, a oferta dos primogênitos a serem queimadas em sacrifício ao Senhor? (Gn. 4.4)

           Porque que até Enoque, a sétima geração depois de Adão, e sabendo que este andou com Deus, que assim o tomou para Si, a ação dos dízimos não é mencionada ou usada e nem cobrada pelo Senhor? (Gn 5.24)

           Toda a terra se corrompeu diante da face do Senhor até a geração de Noé. E Deus o chamou, achando ele o único justo em toda a humanidade da época; o salvou do dilúvio com a sua família. Porém até então, não se encontra registros, ainda do ato do dízimo como propósito, com exceção das ofertas trazidas e queimadas, voluntariamente, ao Senhor. (Gn 6.13, cap. 8.13)

           Tanto a oferta de Abel quanto a de Noé, voluntariamente apresentadas e queimadas ao Senhor, Deus as recebeu, gostoso.

           Observa-se que não houve mandamentos nem promessas; vindo, após o dilúvio e até aqui, o Senhor agradar do sacrifício de Noé, por ser oferta de sacrifício escolhido, e fazer um pacto anti-diluviano com Noé e toda a sua descendência, usando o arco nas nuvens como sinal. (Gn 9). De Adão a Noé são 14 gerações, porém a promessa sacerdotal atravessou mais 14 gerações, vindo a ser em Abraão.    

           Sendo a Abraão o chamado com promessas, (Gn 12. 1,2); e para um melhor entendimento, a sub-dividiremos em dois grupos: Sacerdócio transitório, da ordem de Arão/Israel, e Sacerdócio eterno, da ordem de Melquisedeque, Jesus/Igreja.

           Acabando Abraão de vencer o Rei Quedorlaomer com os outros que com ele estavam, e retornando com todo o resgate e o povo e Ló, saiu-lhe ao encontro, o Rei de Sodoma, (Vale de Sidim, destruída por causa de sua pecaminosidade), (Gn 13. 10; 14. 18 16; 19. 29), a saudar-lhe e tomar o que lhe era de possuir dos despojos resgatados por Abraão. (Indo após outra carne, ”materialismo”, Judas, 7).

           Mas como Igreja de Cristo, vamos buscar o que é de representação espiritual em Abraão; Melquisedeque. Este, sendo Sacerdote do Deus altíssimo, saiu a saudar e trazer-lhe os dons, sendo o pão e o vinho.

           Conforme se nota das apresentações dos elementos, ao analisarmos as dádivas dos dízimos por Abrão, como artifício da demonstração da fé e justiça, elementos de conquista ou vitória da possessão alcançada, descobrimos esta fé = crer e justiça = cumprimento do prometido. (E creu Abraão e isso lhe foi imputado por justiça. Gn 15. 6). Logo, qual a promessa feita em Abraão? De ti sairão reis e nações.  (Gn 12.7,15; 13.16; 15.5; 17.2,6,7,8,9). Assim como Abel anunciava pela sua oferta de sacrificio dos primogênitos das ovelhas, consequentemente, Noé, do melhor dos animais, sem deformidade alguma. Sendo assim, estes anunciavam os artificios sagrados que posteriormente, Deus viria a incluí-los por lei em um sacerdócio trasitório. Tabém em Abraão, uma vez, através da oferta espontânia dos dizimos, foi anunciado toda uma provisão de sustento, agora não dos rituias simplesmente, mas, de um entendimento mais complementar, também a provisão dos ministros destes rituias; (Sacerdocio transitório). Cumprindo-se dentro de um período que viria até a plenitude dos tempos, quando um sacerdócio melhor se oferecesse.   

 

8.3.3. Dos elementos trazidos pele Sacerdote Meuquisedeque; do pão e do Vinho.

           Cumprindo-se hoje através do Sacerdócio de Cristo oferecido por amor à sua Igreja, a sua própria vida, em um ato mais excelente, a entrega total e voluntária para o resgate de um povo por meio deste sacrifício de amor eterno, pelo qual, o atrai para Si, tornando-o lavado no seu sangue, remido e imaculado; e isto, após a fragilidade a quebra e o fim de uma velha aliança. (Sacerdócio transitório).  

 “Quando, porém, chegou a plenitude do tempo, enviou Deus o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a Lei” (Gálatas 4,4)

 7.2.1. Uma interpretação a partir do texto

           O versículo começa com a conjunção adversativa “porém”, que retoma os versículos anteriores 1,4; 3,1. 13. 26-28. O aoristo do indicativo “chegou” parece ser a construção gramatical mais correta, dando a idéia de uma ação realizada no passado como um evento único. Este é o momento a "plenitude do tempo" indicado pelo aoristo “chegou”. O verbo “chegar” é usado por Paulo para preanunciar a chegada daquilo que foi anunciado na escritura, isto é, a chegada do tempo novo, do tempo messiânico a chegada do Filho de Deus, Jesus. A expressão "plenitude do tempo": indica a chegada do tempo escatológico ou messiânico encerrando um longo período de séculos de espera da humanidade. (Mc 1,15; At 1,7; Rm 13,11; 1 Cor 10,11; 2 Cor 6,2; Ef 1,10; 1 Pd 1,20). O termo “plenitude” no versículo 4,4 mostra-nos o sentido de cumprimento. O significado teológico vem do contexto que envolve.

 

 8.3. Texto paralelo de Ef 1,10

           Um texto paralelo a este se encontra em Paulo aos Efésios 1,10, podendo nos ajudar a entender o significado de "plenitude do tempo". Paulo assim se expressa na carta aos Efésios: “para levar o tempo a sua plenitude” Nas duas expressões de Paulo em Gl 4,4 e Ef 1,10, encontramos uma diferença na tradução da palavra “tempo” vindo do grego como “cronos” e “kaipós” e com tradução no plural por “tempos” coincidem em seu significado: indicando a “plenitude do tempo”. A expressão de Gl 4,4 “plenitude do tempo” tem o significado: no "término do tempo”. No tempo pré-estabelecido, Deus enviou o seu Filho, Jesus Cristo, o verdadeiro "eschaton”, que emerge no meio da humanidade para trazer a liberdade; e a expressão “os tempos" são os momentos designados por Deus para completar seu plano salvífico, os quais se sucedendo um após outro, completam a medida estabelecida por Deus e, atinge a plenitude; a etapa prefixada, que é aquela de Cristo. Também olhando o significado em seu conjunto, o tempo “Cronos” se desenvolve e completa-se progressivamente até atingir a plenitude.

 

8.3.1. Sentido escatológico

           O sentido escatológico que envolve esta frase é muito forte e podemos interpretar da seguinte maneira: Deus Pai envia seu Filho Jesus para salvar a humanidade imersa no pecado. Com esta iniciativa de Deus o tempo atinge a plenitude. Não se olha a aspecto durativo do tempo, mas o conteúdo do tempo. Entendemos com isto que o tempo não é cancelado, mas sim se evidencia a idéia escatológica da Teologia Paulina. Deus irrompe diretamente na história da humanidade com o evento Jesus: O verdadeiro "eschaton”. Agindo desta maneira, realiza-se a ação escatológica com a humanidade. Seu plano completa uma nova etapa da história da humanidade dando inicio a etapa que chamamos o "último tempo". Do contexto podemos deduzir a mensagem deste versículo. Da literatura paulina, Ef 1,10 é a que mais ajuda na compreensão: "para levar o tempo à sua plenitude, o projeto de Cristo, recapitular todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra".

 

 


 

 

CAPÍTULO IV

 

9. OLHANDO O ANTIGO TESTAMENTO

                     

           No Antigo Testamento o livro de Daniel (2,24-29) fala do segredo escatológico, isto é, um anúncio misterioso de um acontecimento futuro estabelecido por Deus, cuja revelação é reservada somente a Ele: "Enquanto estavas sobre teu leito, ó rei, ocorriam os pensamentos sobre o que deveria acontecer no futuro, e aquele que revela os mistérios te deu conhecer o que deve acontecer" (Dn 2.29); Paulo precisa muito bem a expressão “o seu Filho”: entendendo como o Filho do Pai; “nascido de uma mulher nascido sob a Lei”: as duas expressões “nascido” e “uma mulher” e “nascido segundo a lei” referem-se (dependem) do verbo” enviou”. Sendo provavelmente particípios conjuntos modais, circunstanciais, indicam realmente a maneira pela qual a obra de Deus realizou-se. Sendo sujeito “Deus” e o agente que realiza a obra de Deus “o filho Seu”.

 

9.1. COMO RESUMO CONCLUSIVO, PODEMOS DIZER

          

           A expressão “plenitude do tempo” sublinha o caráter histórico escatológico da encarnação, a qual acontece em um ponto preciso da história humana (o aoristo “chegou”) coloca em evidência seu valor messiânico; “enviou Deus”: significando verbalmente enviar expedir, e interpreta-se com a descrição da missão do Filho Jesus enviado pelo Pai. A expressão “plenitude do tempo” confirma a espera da humanidade pela sua salvação e a concretização desta obra pelo filho de Deus, Jesus, no momento designado por Deus. 

           Cumpri-se hoje o sacerdócio eterno, o qual não é constituido sob a lei apesar de Ele haver nascido sob esta, para que por ele fosse cumprido todo o seu julgo. Porém, constiruido sob o amor de Deus, que diz: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho, Jesus Cristo, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. (Jo. 3. 16).

           Quanto aos pregadores da prosperidade aqui, ao contrário das promessas cumpridas em Israel, e isto, antes dos tempos da plenitude, hoje se cumprindo, onde a graça é derramada, e, a lei já é cumprida em Cristo, Ele nos tem alertado de que o seu reino não é deste mundo. (Jo. 18. 36).

           Não temos o que esperarmos deste mundo. Porque buscaríamos um reino, como povo, súditos, “Igreja” em um reino, cujo príncipe, não conhecemos a sua voz. (Jo. 10. 27).

           Nos alerta ainda o Senhor, que o mundo está morto no maligno; e menciona-o como o príncipe deste mundo. (I Jo. 5. 19; Mt. 4. 8; Jo. 12. 31).

 

9.1.2. O Derramamento dos Dons (Bênçãos)  da Plenitude da Graça 

Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz — dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva (Jo 4.10).

Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas de incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre (I Pedro 1.23)

           Deus nos garantiu em Jesus todas as bênçãos espirituais nos lugares celestias.

             As promessas para a igreja do Senhor no Sacerdócio de Cristo são todas espirituais, com o acrescido das possíveis bênçãos aqui.  O que não devemos nos preocupar, mas que, essas, nos serão acrescentadas.

           Estudo Textual: Efésios 1:1-23, 3.2.1 Toda a sorte de bênçãos espirituais: Em Cristo (1:1-3). Depois de saudar os irmãos, Paulo agradece a Deus pelas suas bênçãos espirituais em Cristo. Observe que Paulo dá graças pelas bênçãos espirituais "nas regiões celestiais", e não por bênçãos físicas. Cristo morreu para tornar os homens ricos espiritualmente; não fisicamente. As bênçãos espirituais são encontradas "em Cristo" e não no mundo, na congregação ou no pastor. Fora de Cristo, realmente não há a real bênção; somente bens físicos e, que perecerão quando morrermos.

           Moisés, em divina revelação, nos declara: Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo. Disse pois: Irá a minha presença contigo para te fazer descansar. Então lhe disse:

 

Se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui. Como, pois, se saberá agora que tenho achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Acaso não é por andares tu conosco, de modo a sermos separados, eu e o teu povo, de todos os povos que há sobre a face da terra? (Ex. 33. 3,14,15,16).

          

           As bênçãos espirituais (1:4,14). “Paulo começa a listar algumas das bênçãos:           Escolheu-nos nele” (1:4). Deus selecionou um povo especial em Cristo, justamente como selecionou a nação especial dos judeus, em Abraão (veja Êxodo 19:5-6 e I Pedro 2:9). Em sua sabedoria, Deus planejou salvar o homem em Cristo "antes da fundação do mundo", mesmo antes que o homem tivesse cometido o primeiro pecado. Ele nos selecionou com uma meta: "para sermos santos e irrepreensíveis". Aqueles que estão em Cristo foram perdoados de seus pecados e deverão viver de tal modo que não pequem mais.

           "Em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos" (1. 4,5,). Os cristãos são filhos de Deus por adoção. A adoção é sempre questão de escolha pessoal, enquanto o filho que vem pela natureza tem que ser aceito quando vem. Deus "predestinou" alguns deles para adoção. Ele determinou desde antes do começo do mundo que adotaria todos os que estão em Cristo. A adoção por Deus não é apenas uma adoção por acaso. É uma escolha feita "por meio de Jesus Cristo". Se respondermos em obediência ao evangelho de seu Filho, Deus nos adota.  "Temos redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados" (1:7). Deus perdoa os pecados dos filhos adotados porque Jesus morreu para sofrer o castigo por eles. "Desvendando-nos o mistério da sua vontade" (1:9).

           Ninguém pode conhecer a mente de Deus, a menos que ele resolva revelar seus pensamentos (1 Coríntios 2:9-13). Em Cristo sua vontade é revelada. "No qual também fomos feitos herança" (1:11). Os filhos adotados receberão a mesma herança que Cristo, o filho legítimo e primogênito (veja Romanos 8:15-17).

"Fostes selados com o Santo Espírito da promessa" (1:13). Aqueles que ouvem e respondem com fé à "palavra da verdade", recebem o "selo" do Espírito Santo de Deus, mostrando quais ele escolheu para adotar (veja 2 Timóteo 2:19 e Apocalipse 7:3). Cristo a plenitude (1:15-23). Paulo ora para que eles cresçam "no pleno conhecimento dele" (1:17). Se não conhecemos Cristo, como podemos esperar receber as bênçãos espirituais que ele nos oferece? Ressuscitando Cristo, Deus mostrou seu extremo poder para abençoar aqueles que crêem.
Finalmente, Deus fez Cristo o cabeça da igreja, o qual é o seu corpo (1:22-23). Procurar outra sede fora do céu, onde Cristo está, é negar a autoridade de Cristo.

 

10. INCLUSÃO DAS PRÁTICAS ANTES, E DA LEI

          

           “Podemos concluir que se formos justificar em Abrão a questão de que devemos, no período da Igreja, trabalharmos com a prática de uma ordenança da lei, como o dízimo, que é antes a lei, também teríamos de ocupar este mesmo espaço com as práticas das ordenanças das ofertas queimadas, justificáveis desde Abel, Noé, Abraão até o sacerdócio de Arão; e até mesmo o dia do sábado, quando o Senhor, trabalhou na criação de todas as coisas por seis dias, e descansou no sétimo. Mas, 14 gerações antes da promessa, ou seja, fora do período do cumprimento do sacerdócio levítico (transitório), Deus não havia ordenado esse ato, dando a entender que também esse, seria um sinal para o primeiro sacerdócio e nação israelita, até o tempo da plenitude de Cristo, sendo abolido. O qual veio a ser de ordenança da lei nesta nação, sendo tudo isto como sinal ou pacto de Deus para com o seu povo Israelita. Tanto as ofertas como o dízimo, foram de um espírito voluntário, apontando para um sacerdócio que viria ainda a acontecer na posteridade de Abraão. Também da circuncisão, da qual Abraão foi o precursor, onde, para o sacerdócio transitório e a nação santa, tornou-se mandamento”.

            “Outra particularidade, no capítulo 18 do livro de Números, o Senhor Deus adverte aos sacerdotes levitas dizendo: Na sua terra, possessão nenhuma terás, e no meio deles nenhuma parte possuirás; Eu Sou a tua parte e a tua herança no meio dos filhos de Israel”.

 

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           Gostaríamos de recomendar aos pregadores contemporâneos (os que querem se assemelhar aos sacerdotes levitas), seria bom que guardassem os mandamentos do Senhor para aquela tribo, os quais não possuíam bens materiais; pois o Senhor era a herança dos sacerdotes levitas.

 

 


 

 

 

CAPÍTULO V

 

11. AS OFERTAS NO NOVO TESTAMENTO

           

           E, falando pela Palavra, semelhantemente aos dízimos, não é licito os dirigentes das igrejas denominacionais receberem ofertas (dinheiro ou bens materiais) dos seus fieis, visto que no Novo Testamento não há fundamento para essa prática, pois, as ofertas citadas na Lei de Moisés não eram doações de bens materiais, mas sim oferendas de animais, cereais ou bebidas, entregues a Deus como parte do culto de adoração. No livro de Levítico, do capítulo 1 a 7, está especificado cinco tipos principais de ofertas e sacrifícios:

            1) Holocausto, o animal era completamente queimado no altar Levíticos (1.1-17 e 6.8-13).    

            2) Oferta de manjares, isto é, de cereais (Levíticos 2.1-16 e 6.14-23).        

            3) Sacrifício pacífico ou de paz (Levíticos 3.1-17; 7.11-21).

            4) Oferta pelo pecado, isto é, para tirar pecados (Levíticos 4.1-5.13; 6.24-30).

            5) Oferta pela culpa, isto é, para tirar a culpa (Levíticos 5.14-6.7; 7.1-7).          

            Das ofertas de paz haviam três tipos: por gratidão a Deus (Levíticos 7.12), para pagar voto ou promessa (Levíticos 7.16) e a voluntária, que era trazida de livre e espontânea vontade (Levíticos 7.16).         

            Além dessas, havia também a libação, tipo de oferta em que se derramava vinho (Levítico 23.13), e também a OFERTA ALÇADA, sobre a qual, vamos meditar no texto abaixo com a VOLUNTÁRIA.     

            Mas, os sacrifícios do A.T. eram provisórios (Hebreus 10.4) e apontavam para o Cordeiro de Deus (João 1.29 e Hebreus 9.9-15), cujo sangue, pela sua morte na cruz, nos limpa de todo pecado (I João 1.7).         

                                             

 11.1. A OFERTA ALÇADA E VOLUNTÁRIA NO EVANGELHO 

           

           Ainda que os esclarecimentos sejam bem detalhados, sabemos que haverá apologia sustentada na oferta da viúva pobre (Lucas 21.1-4), ocasião em que Jesus observava os ricos lançarem as suas ofertas na arca do tesouro; e também uma pobre viúva que lançava ali duas pequenas moedas; então, disse Jesus: Em verdade vos digo que lançou mais do que todos, esta pobre viúva, porque todos aqueles deram como ofertas de Deus do que lhes sobeja; mas esta, da sua pobreza, deu todo o sustento que tinha. (alcance da revelação “primícias”)

           Exatamente como o dízimo de Mateus 23.23, todas as vezes que a Palavra cita “OFERTA” no Novo Testamento, assim como a oferta da viúva pobre, todos esses episódios sobrevieram na vigência da lei de Moisés, mas aqui há uma palavra revelada. Vamos meditar no Antigo Testamento sobre os dízimos e ofertas alçadas, para discernimento espiritual da Palavra:  

No livro de Números 18.20-28, disse o Senhor a Arão:

 

Na sua terra possessão nenhuma terás, e no meio deles nenhuma parte terás; eu sou a tua parte e a tua herança no meio dos filhos de Israel.E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo seu ministério que exercem; o ministério da tenda da congregação. Os levitas administrarão o ministério da tenda da congregação e eles levarão sobre si a sua iniqüidade; e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança herdarão. E falarás aos levitas e dir-lhes-ás: Quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles vos tenho dado em vossa herança, deles oferecereis uma oferta alçada ao Senhor: O dízimo dos dízimos.

           

           E para concluir, no livro de Deuteronômio 14.29 diz: Então virá o levita (pois nem parte nem herança têm contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda a obra das tuas mãos que fizeres.

           Observe que o dízimo é direcionado para suprir as necessidades dos levitas, porque não possuíam parte e nem herança entre os judeus, e também designado com a finalidade de caridade aos estrangeiros, órfãos e as viúvas.

            Notem também, que no início deste tópico, Jesus observava os ricos lançarem as suas ofertas na arca do tesouro; mas as sobras, enquanto que a pobre viúva lançou ali, o seu sustento.           

            Aqui está a palavra revelada: Os ricos lançavam ofertas das sobras, para se exaltarem e humilhar aos pobres que depositavam pequenas quantias. Por isso, Jesus exaltou o ato de fé daquela pobre viúva, que ofertou o seu sustento, doando parte do que havia recebido para a sua manutenção cotidiana. 

           A oferta voluntária é a única oferta em dinheiro relatada na bíblia, tanto que a viúva pobre doou duas moedas do seu sustento. Porém, se sendo uma oferta alçada, não poderá ser praticada no tempo da graça, como alguns pregadores dizem, porque era o dízimo dos dízimos, e que somente os filhos de Levi, poderiam fazê-la. As quais recebiam somente os filhos de Arão, e estes, sacerdotes; e que não possuíam parte nem herança no meio dos judeus. Portanto, aquela irmã ofertava de forma voluntária, e, sendo o primeiro ato de sua fé para esse breve momento, consagrando assim, ao Senhor, toda a massa ordenada de sua porção recebida, como “veremos na parte final deste assunto.” 

            Neemias 10.37-39 relata que, as ofertas alçadas eram oferecidas também através das primícias dos frutos das árvores, dos grãos, do mosto, e do azeite, aos sacerdotes, às câmaras da Casa do nosso Deus. E quando os levitas recebessem os dízimos, trariam os dízimos dos dízimos (ofertas alçadas) à Casa do nosso Deus, às câmaras da casa do tesouro.

            Uma pausa para meditação: No livro de Malaquias 3.8, o Senhor alerta: Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.  

            A Palavra é profunda, mas observe: Quem tinha ordem segundo a lei de receber os dízimos e ofertas alçadas, senão os sacerdotes levitas? (hoje representados pelos líderes das igrejas denominacionais). Portanto, os roubadores que a palavra está se referindo, são os que deixam de doar, pois diz: vós toda a nação; (no singular, “nação” Israel). Mas justamente os que recebem os dízimos: Os levitas, e as ofertas alçadas: Dízimo dos dízimos dos Levitas para os sacerdotes.

             Outra referência bíblica muito usada pelos pregadores, para pedir dinheiro, está na segunda carta aos Coríntios 9.6-8, assim descrito:

            O que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.

            Mas esta referência não é uma ordenança para se “tomar” ofertas dos fieis, ainda que seja para a obra; esta menção é uma alusão sobre o amor ao próximo, em forma de caridade, citados em todos os livros do Novo Testamento.  Assim entendendo, podemos citar o livro de João: 22. 37- 39, que diz: Amai ao próximo como a si mesmo, enquanto na citação anterior diz, como propôs no coração. Mas o que prevalece é o amor. 

            E para não pairar dúvidas que a ordenança é sobre a caridade, se continuarmos a leitura, no versículo seguinte (9) do mesmo capítulo, está escrito: Distribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre.   

            Observou o que o Senhor mandou semear com alegria? E se fosse como os pregadores citam, para tomar dinheiro dos fieis, a palavra seria contraditória, porque na Nova Aliança, não há  um versículo sequer, admitindo a prática para ofertas, seja em dinheiro ou quaisquer outros bens materiais como por lei, mas por reconhecimento da majestade e glória à Deus, ao qual se deve à atribuição, por amor racional, pelo qual, fará com que a justiça, que é o amor incondicional de Deus, permaneça sobre nós. Porque, incondicional? Não há o que fazermos para mérito. Apenas o reconhecimento; “racionalidade e aceitação”. E qualquer prática ou doutrina que venha contraditar as escrituras, é adulteração a palavra do Senhor; é outro evangelho.  

            Porque hoje vivemos o tempo da graça do Senhor Jesus e qualquer esforço para voltar à lei de Moisés, que Cristo desfez na cruz é anular o sacrifício do Cordeiro de Deus e reconstruir o muro da separação, por Ele derrubado (Efésios 2.13-15). 

 

12. OFERTA DE PRIMÍCIAS

 

12.1 HONRAS E PROMESSAS


“Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares.” (Pv 3.9,10)

 

12.1.2. O Senhor, Primeiro e Único Deus

           Ao mencionar a necessidade de darmos honra ao Senhor em nossas finanças, a Palavra do Senhor fala sobre os nossos bens e também sobre as primícias da nossa renda. Não se trata apenas de honrá-Lo com os nossos bens, nem tampouco de honrá-Lo apenas com a nossa renda, e sim com as primícias desta renda.

           A definição que o Dicionário Aurélio dá acerca de primícias é: “Primeiros frutos; primeiras produções; primeiros efeitos; primeiros lucros; primeiros sentimentos; primeiros gozos; começos, prelúdios”. A definição bíblica não é diferente. Por trás de toda uma doutrina fundamentada em ensinos explícitos e figuras implícitas, as Escrituras nos mostram a importância que Deus dá ao nosso ato de entregarmos a Ele as nossas primícias, cuja definição é: “a primeira parte de algo.”

           Deus não instituiu as ofertas pelo fato de precisar delas, mas para provar o nosso coração numa das áreas em que demonstramos um grande apego. Com a Lei das Primícias não é diferente. Deus não precisa dos primeiros frutos. Nós é que precisamos d’Ele em primeiro lugar em nossas vidas, e este é um excelente exercício para mantermos o nosso coração consciente disto.

           Lemos em Êxodo 13.13 que, se o primogênito (considerado o primeiro fruto do ventre) da jumenta não fosse resgatado, o seu pescoço deveria ser quebrado. A importância da Lei das Primícias não estava no que seria feito com a oferta, mas no princípio de ela não ser utilizada em benefício próprio.

           Entregar ao Senhor as primícias da nossa renda é dar-Lhe honra. É distingui-Lo. É demonstrar o lugar especial que Ele ocupa em nossas vidas. Deus quer ser o Primeiro em nossas vidas. A rebelião de Satanás foi a tentativa de usurpação desta posição divina. E ainda hoje ele tenta tomar o trono de Deus em nossos corações. Mas devemos manter o Senhor em Seu devido lugar.

           A Bíblia está repleta de histórias de pessoas que mantiveram Deus em primeiro lugar em suas vidas a despeito do preço a ser pago. Abraão se dispôs a sacrificar o seu próprio filho, mas não se atreveu a deixar de dar a Deus o primeiro lugar. José foi para a cadeia para não pecar contra Deus numa relação adúltera. Ananias, Misael e Azarias foram lançados numa fornalha por recusarem-se a dar a uma estátua o lugar que pertence só a Deus. Daniel foi lançado numa cova de leões pela decisão de manter a Deus em primeiro lugar. Os apóstolos foram presos e açoitados porque importava antes obedecer a Deus do que aos homens.

           Estes são exemplos positivos que nos inspiram a seguirmos as mesmas pegadas dos que agiram do modo correto, mas também há os exemplos negativos de pessoas que não fizeram de Deus o Primeiro em suas vidas, e tornaram-se um exemplo a não ser seguido.

           Além destas figuras e exemplos, temos também o ensino explícito de Jesus, que não deixa dúvidas sobre a importância do assunto:

“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.” (Mt. 6.33)

           A Concordância de Strong mostra que a palavra grega traduzida como “primeiro” neste versículo é “proton” e significa: “Primeiro em tempo ou lugar, em qualquer sucessão de coisas ou pessoas. Primeiro em posição, influência, honra; chefe, principal”. Quando damos a Deus o primeiro lugar, não nos frustramos. Pelo contrário, há um sentimento de realização em nosso interior que testifica que de fato fomos criados justamente para isto. Sem Deus em primeiro lugar, há um desequilíbrio em nossas vidas. Perdemos o propósito da nossa existência.

 

 

 


 

 

CAPÍTULO VI

 

13. PRIMÍCIAS NO NOVO TESTAMENTO

          

           Alguns crentes têm dificuldades com qualquer menção de princípios ligados ao Antigo Testamento, e, antes de aceitarem qualquer doutrina, já começam indagando: “Qual é a base disto no Novo Testamento?”

           Pois bem! Na Igreja Neo-Testamentária não se guardava mais a Lei de Moisés com o peso das ordenanças que ela tinha no Antigo Testamento. O Concílio de Jerusalém deixou claro que não havia encargo algum a ser imposto aos gentios, além daquelas quatro áreas mencionadas: abstinência da carne sufocada, do sangue, do sacrifício aos ídolos, e da prostituição.

           Isto não quer dizer que, depois do Concílio, a Igreja Gentílica não precisasse de mais nenhuma instrução ou doutrina. Caso contrário, o Novo Testamento não teria sido escrito.

           Aquilo limitava, naquele momento, a herança mosaica a ser passada aos gentios. Contudo, posteriormente, ao ensinarem os princípios divinos à Igreja Neo-Testamentária, os apóstolos ainda apresentavam figuras poderosas para fortalecerem doutrinas da Nova Aliança prefiguradas no que se faziam anteriormente nos dias do Antigo Testamento. Isto não significava que eles estavam tentando retroceder, e sim que queriam esclarecer as figuras que Deus havia projetado por intermédio dos princípios praticados na Antiga Aliança.

“Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem.” (Hb 10.1)

           A sombra é diferente do objeto real que a projeta. Assim também, o que se via nas ordenanças da Antiga Aliança eram características similares às dos princípios que Deus revelaria nos dias da Nova Aliança. As observâncias materiais eram figuras das práticas espirituais.

           O cordeiro sacrificado na Lei Mosaica foi apontado como uma figura (ou sombra) de Jesus, que veio para morrer em nosso lugar (Jo 1.29). A oferta de incenso do Tabernáculo passou a ser reconhecida como uma figura da oração dos santos (Ap 5.8). A Ceia da Páscoa deixou de ser praticada, e esta festa passou a ser uma aplicação espiritual dos princípios que ela figurava (I Co 5.7,8). Assim também, outros detalhes da Lei que envolviam comida, bebida, e dias de festa, começaram a ser vistos, não como ordenanças materiais pelas quais quem não as praticasse poderia ser julgado, mas como uma revelação de princípios espirituais, cabíveis na Nova Aliança:

“Ninguém, portanto, vos julgue pelo comer, nem pelo beber, nem a respeito de um dia de festa, ou de lua nova ou de sábado, as quais coisas são sombras das vindouras, mas o corpo é de Cristo.” (Cl 2.16,17)

           Foi com esta mentalidade (de se aplicar as sombras e figuras), e não tentando retroceder a uma prática material da Lei Mosaica, que o apóstolo Paulo nos revelou a aplicação espiritual da Lei das Primícias no Novo Testamento sendo um culto racional ao Senhor.

“Mas se as primícias são santas, também a massa o é; e se a raiz é santa, também os ramos o são.” (Rm 11.16)

           Os israelitas receberam do próprio Deus a ordem de consagrarem a Ele os primeiros frutos do ventre de suas mulheres, do ventre de seus animais, e também dos frutos da terra. Na hora da colheita, o primeiro feixe pertencia a Deus e deveria ser apresentado pelo sacerdote perante o Senhor, numa oferta de movimento. Destes primeiros frutos, também era feita uma oferta de cereais. (Lv. 23. 10, 22)

Portanto, Paulo estava ensinando que, ao santificar a primeira parte (a mais importante), você santifica também o restante, que vem depois dela. Quando alguém santificava as primícias (primeiros frutos), santificava também tudo o que depois seria feito com a colheita, incluindo a massa da oferta de cereais e dos pães que eles comeriam depois.

           Uma outra ilustração também é apresentada para fortalecer o entendimento deste princípio: se a raiz (que é a parte mais importante, que surgiu primeiramente na formação da planta) for santificada, então os ramos e tudo o que surgir dela também serão santificados. Este era o entendimento que os judeus receberam da Lei de Moisés. Se santificassem ao Senhor as primícias de sua renda, estariam santificando o restante da renda que ficava em suas mãos. Por isso Deus poderia fazer com que se enchessem fartamente os seus celeiros e transbordassem de vinho os seus lagares. Isto não apenas explica o que são as primícias, mas também nos mostra o poder que elas têm de santificar o restante daquilo de onde foram tiradas.

 

13.1 AS PRIMÍCIAS NO ANTIGO TESTAMENTO

          
           Deus ordenou ao povo de Israel, de forma clara e explícita, a entrega das primícias (primeiros frutos) por meio de Moisés:

“As primícias dos primeiros frutos da tua terra trarás à Casa do Senhor, teu Deus; não cozerás o cabrito no leite de sua mãe.” (Ex 34.26)

           A Tradução Brasileira (SBB), ao invés de traduzir “primícias dos primeiros frutos” neste versículo, optou por “as primeiras das primícias da tua terra”, pois duas palavras foram usadas juntamente, com a idéia de “primícias” e “primeiros frutos”.

           De acordo com a Concordância de Strong, a primeira palavra usada no original hebraico é “re’shiyth”, que significa “primeiro, começo, melhor, principal; princípio; parte principal; parte selecionada”.

           A segunda palavra usada no original hebraico é “bikkuwr”, que significa “primeiros frutos, as primícias da colheita e das frutas maduras que eram colhidas e oferecidas a Deus de acordo com o ritual do Pentecostes; o pão feito dos grãos novos de trigo oferecidos no Pentecostes; o dia das primícias (Pentecostes)”.

          Vemos, portanto, que as primícias eram uma ordenança da Lei de Moisés. Porém, mesmo antes da instituição desta Lei, já percebemos o Senhor Deus trabalhando nos homens a compreensão da importância da entrega da oferta de primícias; vejamos a seguir alguns exemplos.

 

13.2. As Ofertas de Caim e Abel

           O diferencial encontrado nas ofertas de Caim e Abel está diretamente ligado à entrega das primícias. Muitas pessoas acreditam que o erro de Caim foi trazer uma oferta dos frutos da terra, ao invés de ofertar um cordeiro (uma tipologia do sacrifício de Cristo), mas eu não penso que este seja o verdadeiro problema.

          A Lei das Primícias fazia com que cada um trouxesse os primeiros frutos do seu trabalho, e a Bíblia nos revela qual era o trabalho de cada um deles: Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador (Gn 4.2). Logo, as primícias de Caim teriam que ser do fruto da terra.

           A Bíblia diz que Deus atentou na oferta de Abel, a oferta correta. E a primeira menção das primícias nas Escrituras é encontrada justamente nesta oferta:

 

“Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou.” (Gn 4.3-5a)

          

           Por outro lado, note quando foi que Caim trouxe a sua oferta ao Senhor: “no fim de uns tempos”. Independentemente do que sejam estes tempos a que a Bíblia se refere (tempo de colheita, de ofertas, etc.), o fato é que Caim não honrou a Deus com os seus primeiros frutos. A entrega das primícias é uma forma de se reconhecer a Deus em primeiro lugar. Por outro lado, deixá-Lo para o fim significa não dar a Ele o primeiro lugar. E o Senhor não aceitou isto de Caim, assim como Ele não aceita isto de nós hoje.

           Se Caim não soubesse a forma correta de se oferecer algo ao Senhor, ele não poderia ser culpado, mas ele sabia a forma correta de se ofertar. Vemos isto na conversa que Deus teve com ele, depois de rejeitar a sua oferta:

 

“Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante. Então, lhe disse o Senhor: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.” (Gn 4.5b-7)

          

           O Senhor falou que Caim sabia que, se ele procedesse bem, seria aceito, e que se ele procedesse mal, o pecado estaria à sua porta. Abel procedeu bem, ao fazer de Deus o Primeiro e ao trazer as suas primícias, enquanto que Caim procedeu mal, ao deixar Deus por último, para o fim. Mas isto não foi algo que cada um deles houvesse feito acidentalmente, e sim por conhecerem o que Deus esperava deles.

 

13.3. Semente de bênçãos

          

          

           Na verdade, a entrega das primícias é uma semente que dá acesso às bênçãos de Deus. O Senhor fez uma promessa a Abraão e à sua descendência. Mas, como Paulo escreveu aos romanos, a forma de santificarmos o restante de alguma coisa, é santificando ao Senhor as suas primícias. Portanto, Deus, que Se move por Seus princípios, pediu a Abraão as primícias de sua descendência: Isaque. Veja a mensagem que Deus deu para Moisés entregar ao Faraó egípcio:

“Dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito. Digo-te, pois: deixa ir meu filho, para que me sirva; mas, se recusares deixá-lo ir, eis que eu matarei teu filho, teu primogênito.” (Ex 4.22,23)

           Deus mandou Moisés dizer que Israel era Seu primogênito (fruto da consagração das primícias de Abraão), e que, se Faraó não o libertasse, então os primogênitos do Egito é que sofreriam. E foi o que aconteceu. Mas, num registro posterior, no Livro de Salmos, observe como é descrito o juízo divino sobre os primogênitos egípcios:

 “Feriu todos os primogênitos no Egito, primícias da força deles nas tendas de Cão.” (Sl 78.51) “Também feriu de morte a todos os primogênitos da sua terra, as primícias do seu vigor.”  (Sl 105.36)

          Em ambos os casos eles são chamados de “as primícias” dos egípcios. Isto faz com que entendamos a mensagem de Moisés a Faraó em Êxodo 4.22,23 da seguinte maneira: “Assim diz o Senhor: Israel é o Meu primogênito, as primícias consagradas de Meu servo Abraão.”

           Liberta-o para que Me sirva, senão Eu julgarei os teus primogênitos, primícias da tua força”. A prática da Lei das Primícias (ou a falta dela) sempre traz consequências espirituais. Honrar ao Senhor com a entrega das primícias traz bênçãos, mas brincar com Deus no tocante a isto gera juízo.

 

13.3.1. A Compra dos Primogênitos Israelitas

 

 Deus ordenou aos israelitas a consagração de todos os primogênitos:


“E disse o Senhor a Moisés: Consagre a mim todos os primogênitos. O primeiro filho israelita me pertence, não somente entre os homens, mas também entre os animais.” (Ex. 13.1,2).

 

E Ele explicou a razão disto:

 

“Depois que o Senhor os fizer entrar na terra dos cananeus e entregá-la a vocês, como jurou a vocês e aos seus antepassados, separem para o Senhor o primeiro nascido de todo ventre. Todos os primeiros machos dos seus rebanhos pertencem ao Senhor. Resgatem com um cordeiro toda primeira cria dos jumentos, mas se não quiserem resgatá-la, quebrem-lhe o pescoço. Resgatem também todo primogênito entre os seus filhos. No futuro, quando os seus filhos lhes perguntarem: Que significa isto?, digam-lhes: Com mão poderosa o Senhor nos tirou do Egito, da terra da escravidão. Quando o faraó resistiu e recusou deixar-nos sair, o Senhor matou todos os primogênitos do Egito, tanto os de homens como os de animais. Por isso sacrificamos ao Senhor os primeiros machos de todo ventre e resgatamos os nossos primogênitos.” (Ex 13.11-15)

          

           Além de ensinar-lhes um princípio, o Senhor também estava Se movendo de acordo com um direito legal. Na verdade, quando Deus protegeu e guardou os primogênitos dos filhos de Israel, Ele os comprou. Usando a linguagem bíblica, podemos dizer que o Senhor os resgatou e Se fez Dono deles. Daí em diante, todo primogênito era d’Ele, e a consagração ao Senhor era o meio de se reconhecer isto.

Para poder ficar com os seus filhos, os pais deveriam resgatá-los por meio de ofertas. Mas, ao consagrarem o primogênito, estavam santificando a Deus o restante de sua descendência.

 

 


 

 

CAPÍTULO VII

 

14. CONSEQUÊNCIAS ESPIRITUAIS

          

           Jericó era a primeira cidade a ser conquistada em Canaã. Portanto, de acordo com a Lei das Primícias, o despojo de guerra não era deles, e sim do Senhor:

 

“Tão somente guardai-vos das coisas condenadas, para que, tendo-as vós condenado, não as tomeis; e assim torneis maldito o arraial de Israel e o confundais. Porém toda prata, e ouro, e utensílios de bronze e de ferro são consagrados ao Senhor; irão para o seu tesouro.” (Js 6.18,19).

          

           Os israelitas estavam proibidos de se apropriarem de qualquer coisa em Jericó. Os tesouros deveriam ir para o Templo, e as demais coisas (chamadas de coisas condenadas) deveriam ser destruídas.

           A Concordância de Strong mostra que a palavra hebraica traduzida aqui como “condenadas” é “cherem”, que significa: “uma coisa devotada, uma coisa dedicada, proibição, devoção, algo que foi completamente destruído ou designado para destruição total”. Ela tem como raiz a palavra hebraica “charam”, que por sua vez quer dizer: “consagrar, devotar, dedicar para destruição”.

           Algumas traduções bíblicas, como a Versão Corrigida de Almeida, traduzem esta palavra como “anátema”, dando a entender que a razão pela qual os bens de Jericó não poderiam ser possuídos era o fato de serem amaldiçoados. A definição bíblica, no entanto, era a de algo consagrado à destruição. Isto poderia trazer maldição, pela quebra de um princípio, mas não era uma coisa maldita em si mesma. Assim como o primogênito da jumenta, que não podia ser sacrificado e tinha que ser resgatado ou desnucado, assim também Deus especificou o que Ele queria que fosse dedicado a Ele e o que Ele queria que fosse destruído. O importante não era a descoberta de um uso para aquelas coisas, e sim não tocar no que era sagrado: as primícias do Senhor. E o exército de Israel obedeceu a ordem que lhes foi dada:

“Porém a cidade e tudo quanto havia nela queimaram-no; tão-somente a prata, o ouro e os utensílios de bronze e de ferro deram para o tesouro da casa do Senhor.” (Js 6.24)

Um soldado, no entanto, desobedeceu a ordem que o Senhor havia dado:

“Prevaricaram os filhos de Israel nas coisas condenadas; porque Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá, tomou das coisas condenadas. A ira do Senhor se acendeu contra os filhos de Israel.” (Js 7.1)

           A consequência da quebra deste princípio foi que a bênção para as demais conquistas foi retirada de sobre Israel. Eles foram derrotados na próxima batalha, que exigia muito pouco deles, pois a Lei das Primícias não havia sido obedecida.

           Quando santificamos as primícias de alguma coisa ao Senhor, também santificamos o restante daquilo de que foi tirada. Portanto, inversamente, quando roubamos a Deus nos primeiros frutos, também perdemos a sua bênção no restante.

           Este princípio funciona em todas as áreas. Ao separarmos um tempo pela manhã para buscarmos a Deus e oferecermos em nosso devocional as primícias do nosso dia, também estamos santificando o seu restante ao Senhor. Quando separamos as primícias da nossa renda, também estamos santificando o restante da nossa renda a Deus.

 

14.1. O PRIMEIRO DIA

 

Disse mais o Senhor Jeová a Moisés:

 

Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando entrardes na terra que eu vos hei de dar, e comerdes as suas searas, trareis ao sacerdote um molho das primícias da vossa seara. Ele moverá o molho diante de Jeová, para que seja aceito a vosso favor; no dia depois do sábado o moverá. (Lv 23.9-11)

          

           A entrega do molho das primícias ao sacerdote tinha um dia certo para ser feita. A Tradução Brasileira diz: “no dia depois do sábado”. A Versão Atualizada de Almeida usa o termo “no dia imediato ao sábado”, e a Versão Corrigida de Almeida diz: “ao seguinte dia do sábado”.

           Todas estas frases são claras e apontam para um dia certo: o domingo. Não creio que este princípio santifique o domingo, como o fazia com o sábado no Antigo Testamento, mas ele revela que a entrega dos primeiros frutos deve ser feita no primeiro dia da semana.

           Por que é importante observarmos isto? Porque temos que dimensionar qual é a aplicação prática da simbologia deste princípio hoje. E, referindo-se à simbologia da Lei das Primícias, o apóstolo Paulo depara aos coríntios um fato importante acerca da ressurreição de Jesus:

“Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.” (1 Co 15.20)

           A ressurreição de Jesus Cristo é vista como um cumprimento da tipologia das primícias, e aconteceu no dia depois do sábado (Mt 28.1).

           Porém, cinquenta dias depois desta oferta de primícias, era necessário que uma nova celebração fosse feita ao Senhor, a qual também caía num domingo, depois de sete sábados da entrega da primeira oferta de primícias.

 

“Depois, para vós contareis desde o dia seguinte ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão. “Até ao dia seguinte, ao sétimo sábado, contareis cinquenta dias; então oferecereis nova oferta de manjares ao Senhor.” (Lv 23.15,16).

          

           Este era o significado da Festa de “Pentecostes” (que significa “cinquenta”), a qual era celebrada cinquenta dias depois da entrega dos primeiros frutos. Esta festa, mesmo sendo celebrada depois de sete semanas, ainda era uma extensão da festa das primícias (Lv 23.17).

           E isto também aparece no cumprimento da tipologia do Antigo Testamento no Novo Testamento:

 

“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.” (At 2.1-4)

          

                A Igreja recebeu o selo da aprovação divina numa festa que era uma extensão da celebração das primícias. Esta é a razão pela qual também passamos a ser chamados de primícias para o Senhor.

“Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.” (Tg 1.18)

           Portanto, a aplicação da lei das primícias não é somente ao que de possuir, ou literal, pois somos chamados de “primícias” por meio da palavra que é Cristo.

           E qual é a relação que o Novo Testamento faz entre as nossas contribuições e esta figura?

           Paulo escreveu aos coríntios, fazendo uma destas aplicações simbólicas quanto às ofertas:

 

“Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas de Gálatas. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for.” (1 Co 16.1,2)

          

         A orientação apostólica do dia específico para esta contribuição continua sendo o dia seguinte ao sábado: o domingo. Parece-me que a ideia das ofertas abordada no Novo Testamento não se prende tanto ao fato de ser o ganho do primeiro dia ou o primeiro da renda que está sendo entregue. O que precisa ser destacado é que eles separavam a parte de Deus no primeiro dia da semana. Ou seja, eles a entregavam em caráter de primazia.

              O que aprendemos com isto é que não importa tanto, se é o ganho do primeiro dia dado à parte, ou se as entregas dos dons em caráter de primazia.